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Sexta | 08 de Dezembro de 2023
Nota de Repúdio da Frente dos Servidores Públicos do RS
Nota de Repúdio da Frente dos Servidores Públicos do RS

Servidores Públicos do Rio Grande do Sul, coletivo que reúne mais de vinte entidades do serviço público estadual, vem manifestar seu repúdio à fala do Presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, endossada pelo assessor econômico da entidade, Marcelo Portugal, na última segunda-feira (04), publicada nos espaços de mídia da jornalista Rosane de Oliveira, em que criticam o reajuste de 6% concedido aos servidores públicos pelo governador Eduardo Leite em 2022 no último dia 04/12, no contexto do debate sobre o aumento de ICMS.

 

Causa-nos perplexidade esse tipo de manifestação, mas não surpresa, pois parte de quem defendeu as reformas que aniquilaram os direitos dos servidores públicos em nível nacional e estadual, que defende as privatizações e os ajustes fiscais sobre a classe trabalhadora, sendo que mais de 80% dos que hoje prestam diretamente seus serviços nas áreas da educação, da saúde, do sistema de justiça e da segurança pública entre outras, recebem vencimentos e proventos de inatividade que não ultrapassam mais de três salários mínimos, segundo dados oficiais.

A própria colunista faz uma ressalva importante na sua matéria, referindo que o reajuste de 6% concedido a título de revisão geral da inflação, quase que totalmente foi anulado pelo aumento da contribuição para o IPE Prev e para o IPE Saúde. Também é importante ressaltar que mais de quinze mil servidores recebem vencimentos inferiores ao salário mínimo!

Com uma inflação acumulada nos últimos dez anos de mais de 70%, medida pela IPCA-IBGE, referir que devam ser retirados ainda mais direitos do conjunto servidores entre eles aposentados e pensionistas que a duras penas colocam comida nas suas mesas, revela, no mínimo, falta de empatia e solidariedade, o que certamente agravará a prestação dos serviços que vêm sendo insuficientes à sociedade gaúcha.

Tal pensamento é simplista e desrespeitoso com o funcionalismo público, demonstrando desconexão com a realidade. Enquanto a palavra de ordem por parte de segmentos do grande empresariado é o aprofundamento do ajuste fiscal, os verdadeiros privilégios seguem intactos no Rio Grande do Sul, a exemplo das isenções fiscais bilionárias que seguem sendo concedidas sem transparência de dados e geração efetiva de desenvolvimento econômico, emprego e renda.

A reposição inflacionária é um dispositivo constitucional desrespeitado. Não podemos aceitar calados ataques com a falsa ideia de que os servidores públicos devam ser mais penalizados, o que é reforçado pela crítica sistemática de segmentos empresariais que colocam a opinião pública contra o servidor.

Não podemos aceitar que se passe mais um ano sem a revisão geral anual da inflação, o diálogo e a mesa de negociação com as entidades dos servidores para o debate sobre a pauta salarial, outra promessa de campanha descumprida pelo governador. Basta, os servidores exigem valorização e respeito!